sábado, 22 de outubro de 2011

Fim do blog

Com muita tristeza, comunico que não mais escreverei neste blog. A razão da minha desistência é o baixíssimo número de visitas a ele, que geralmente só aconteciam quando eu o divulgava no Twitter. O cadastro no google não ajudou muito, uma vez que há centenas, milhares, talvez milhões de sites sobre cinema lá e esperar que o meu fosse um dos primeiros a aparecer nas pesquisas seria sonhar demais. Há quem goste de escrever para si próprio. Não é o meu caso. Sem leitores, não vejo razão para continuar...

domingo, 2 de outubro de 2011

História de O (Histoire d’O – 1975)


(Esta crítica contém relevações sobre o roteiro do filme)

É sempre frustrante assistir a um filme que deturpa a obra original. Infelizmente, é o que acontece nesta adaptação da História de O.

O livro “História de O”, que deu base ao filme, foi escrito por Anne Desclos, que na época (1954) usou o pseudônimo Pauline Réage. Ele conta a história da personagem “O”, uma mulher, cuja origem não é explicada, que se entrega aos desejos sádicos de seu amante René. O é levada a um castelo em Paris, onde  é prostituída e submetida a torturas sadomasoquistas. Seu amante lhe diz que o fato de ele a entregar a outros homens era a prova de que ela lhe pertencia, pois só se pode dar o que se realmente possui. O detalhe intrigante é que O consente com tudo o que lhe fazem, nada lhe é forçado. Ela, de fato, deseja sentir-se propriedade de seu amante e satisfaz-se com a violência que sofre. Posteriormente, René a “dá” a um amigo, Sir Stephen. Este a marca com ferro em brasa como sua propriedade e, sendo mais duro e dominante, consolida sua “escravidão”.

Pelo pequeno resumo que fiz, já deu para percebeu porque a autora usou um psedônimo. Não é, realmente, o tipo de livro que você dá de presente a um amigo ou o tipo de filme que você vai ver exibido no horário nobre da televisão.

Há, todavia, uma diferença substancial entre o livro e a adaptação que aqui comento. No primeiro, O, que embora acreditasse que a submissão consolidaria o amor de seu amante, vai cada vez mais se tornando desinteressante a este. Há duas versões para o final da história, tendo sido ambas suprimidas do livro original. Na primeira, O é levada novamente ao castelo em Paris, onde é abandonada por Sir Stephen. Na segunda, O percebe que será abandonada e prefere morrer, o que é consentido por Sir Stephen. A lógica parece ser a máxima de Masoch: “aquele que se deixa açoitar merece os açoites”. O, após completamente consumida, torna-se desinteressante aos seus “proprietários”, agora obcecados por Jacqueline, sua colega de trabalho.

Esse sentido do livro é totalmente deturpado pelo filme. Neste, O também se satisfaz em ocupar o polo ativo da relação de poder e seus “proprietários” preparam alguém para ser sua “propriedade” (Jacqueline). O final de O é feliz. Ela conquista o amor de Sir Stephen e até mesmo se equipara a ele na relação, na medida em que passa a lhe infligir dor.

Resta se perguntar qual é a razão de tal deturpação. Penso que talvez os produtores pretenderam tornar mais comercial o roteiro, aliviando o final trágico e fazendo aparecer uma relação de amor que não existia. De qualquer forma, a deliberada alteração do sentido do texto é lamentável. A ideia principal do livro foi banalizada em algo mais inteligível ao público.

Se você não conhece o livro, pode encontrar algo de interessante no filme. Se conhece, o filme irá, certamente, lhe desagradar.

sábado, 24 de setembro de 2011

Tron - O Legado (Tron Legacy - 2010)


Estética é conteúdo

Tron é um filme peculiar. Considero-o muito bom, mas não pelos motivos que usualmente me levam a gostar de um filme. Vou me abster da sinopse e da história da produção (que tenta dar uma sequência – felizmente não se trata de um remake - ao Tron original) e sigo direto ao ponto.

O que Tron tem de especial?

Será o roteiro? Não. A história é para lá de banal, se se considerar globalmente a mensagem passada. O protagonista Sam é um personagem cliché: um jovem rebelde, ressentido por ter sido “abandonado” pelo pai quando criança, que, muitos anos mais tarde, reencontra seu progenitor e descobre que o abandono não foi voluntário. Tenta, então, ajudar o pai a se livrar dos obstáculos que o impedem de voltar para casa.

Serão os efeitos especiais?  Creio que não. É indiscutível que Tron é bastante caprichado neste aspecto. O filme traz, inclusive, uma tecnologia inovadora para contracenar atores reais com figuras digitais. Mas efeitos especiais por si só não sustentam um filme. 

Serão as atuações? Também não, pois apesar das presenças marcantes de Michael Scheen (Zuse, o dono do boteco), Olivia Wilde (Quorra, a garota do latex sensual) e do duplo personagem de Jeff Bridges (Kevin Flynn e Clu), o roteiro não ajuda muito. Vale constar que a atuação de Garret Hedlund como Sam, que protagoniza a história, é, digamos, pouco inspirada.

O que será então? A estética. Tron - O Legado, assim como seu original da década de 80, traz uma estética que chama muito a atenção. A história se passa dentro do computador. Os personagens humanos interagem com formas antropomórficas de programas. Os atores vestem roupas com linhas fluorescentes e o néon está espalhado por todo lugar. Os cabelos, as maquiagens, as cores do cenário, entre outros elementos, estão todos conectados com o ambiente sci-fi que envolve a história. A estética fala por si só. E não precisa falar muito, pois o pouco que ela fala se completa com o significado que o próprio expectador dá a essa estética. Como isso é algo que depende muito da subjetividade do próprio expectador, a estética de Tron certamente agrada uns e desagrada outros e o filme segue sua sorte. Mas, de qualquer forma, ela supre a carência do roteiro fraco.

Apesar de alguns sempre buscarem desvincular a estética do conteúdo, a estética é conteúdo, como se pode ver em Tron.

Acrescento, ainda, que a trilha sonora do filme é muito boa. Foi realizada pela dupla Daft Punk, que faz até uma pequena participação na película. Sem dúvida, não foi por acaso que esses dois franceses ficaram encarregados da trilha sonora, pois a estética que eles próprios adotam em suas apresentações é bastante similar com a dos personagens de Tron. 

Recomendo o filme.

domingo, 18 de setembro de 2011

O Enigma de Kaspar Hauser ( Jeder für sich und Gott gegen alle – 1974)


O filme se baseia na história verídica de Kaspar Hauser, um rapaz de origem misteriosa que, numa manhã de 1828, aparece numa praça de Nuremberg carregando uma carta dirigida ao capitão da cidade. Esta carta informava que o garoto havia sido criado isolado em um porão praticamente sem ter tido contato com outros seres humanos.  Hauser só sabia pronunciar algumas palavras e mal conseguia ficar de pé. Em 1833, foi assassinado por razões tão misteriosas quanto a sua origem.

O caso Kaspar Hauser, na vida real, chamou muita atenção na época e nos anos seguintes, já que se tratava da história de uma pessoa que cresceu fora de qualquer convívio social. Foi estudado tanto por psiquiatras quanto especialistas de outras áreas, até mesmo juristas. No filme, o diretor preferiu abordar apenas alguns aspectos da biografia. Seu foco principal foi o contraste de Kaspar Hauser com as instituições sociais.

O isolamento do rapaz em seus primeiros anos de vida fez com que ele tivesse grandes dificuldades em compreender muitas das convenções sociais. Por exemplo, a lógica matemática lhe era estranha e a ideia de Deus lhe era absurda. Hauser tinha também dificuldades em compreender alguns elementos de realidade, como a noção de tamanho em perspectiva (uma torre grande observada de longe lhe parecia menor que uma pequena torre observada de perto) e a diferença entre sonho e realidade. 

A sociedade que lhe acolheu, se por um lado lhe tentou ajudar, por outro tentou constantemente enquadrar-lhe nas já conhecidas formas de inteligibilidade. O fracasso de Hauser na tentativa de adaptação social é interpretado por essa sociedade como um elemento de anormalidade (o que fica explícito na cena final). O diretor apresenta uma abordagem crítica, ao deixar nas entrelinhas que a patologização do rapaz foi uma forma de defesa que essa sociedade arranjou para esquivar-se da autocrítica. Hauser, e sua falta de socialização, roubava muitas certezas que a sociedade tinha de si mesma.

Creio que se trata de uma biografia bastante interessante, pois coloca em questão muitas das pretensas naturalidades que enxergamos em coisas que são fruto de relações sociais e, portanto, inventadas. Particularmente, não acredito em qualquer discurso de natureza humana, já que tudo o que sabemos sobre nós é o que dizemos sobre nós mesmos, e tudo o que dizemos sobre nós mesmos tem prazo de validade - nossa autocompreensão sempre evolui (o que não quer dizer que progrida).

Na minha opinião, o filme é muito bom. Vale a pena conhecer a história de Kaspar Hauser.

domingo, 11 de setembro de 2011

Meia noite em Paris (Midnight in Paris - 2011)



Este filme tem sido muito elogiado pela crítica e apontado como um grande “retorno” de Woody Allen. Seguindo a proposta deste blog, não insistirei nos elogios – ressalto, apenas, que o filme é ótimo -. Ater-me-ei a somente alguns aspectos.

Interessante observar o papel que a arte ocupa na visão do diretor. Há na história um contraste entre Paul, o professor que quer se exibir com o conhecimento sobre história da arte, e Gil, o escritor que busca vivenciar a arte para, através dela, sublimar, e com essa experiência terminar o livro que está escrevendo. Paul é o clássico Pimba (pseudo-intelectual metido a besta): quer ostentar a arte, mostrando conhecimentos (que, no fundo, são apenas curiosidades sobre as obras que está analisando) com a intenção se pintar culto. Fazendo isso, Paul fisga Inez, a noiva de Gil, que deslumbra-se com a aparência de cultura (“ele é romântico e fala francês”). Gil, por outro lado, não está preocupado em parecer culto, mas em efetivamente vivenciar a arte, a fim de encontrar nela um sentido para a existência (é o que leio nas entrelinhas do filme). O escritor entra em êxtase quando, na fantasia da história, encontra vários artistas do início do século passado e com eles discute algumas percepções próprias da vida.

A questão “para que serve a arte” é, sem dúvida, muito difícil e não arriscarei escrever muitas linhas sobre isso. Agrada-me bastante a perspectiva que Woody Allen passa neste filme: a arte não é um remédio milagroso, mas pode ajudar a lidar melhor com as dificuldades da vida, especialmente aquelas que dizem respeito ao sentido da existência. Talvez seja bom enfatizar isso, uma vez que vivemos numa época em que a arte é constantemente transformada em mercadoria para consumo e com isso perde seu potencial de sublimação (e deixa de ser arte).

Outro ponto relevante do filme é a relação Gil/Inez. Fica claro que Gil não deveria estar com Inez, não só porque ela está encantada com outra pessoa, mas porque é incapaz de perceber as qualidades e os conflitos de seu noivo. Ela está tão demasiadamente preocupada com o que parece arte ou o que parece belo que não tem olhos nem paciência para o convite de seu noivo para embarcar na metáfora da carruagem que leva a um outro mundo. Isso é simbolizado em duas cenas: aquela em que Inez se cansa de esperar pelo que Gil promete na escadaria e aquela em que Inez não aceita o convite para caminhar na chuva. O choque entre os dois é tão explícito que quase soa exagerado.

Gil está em plena fase de amadurecimento e percebe logo que Inez apenas lhe castra. O protagonista não hesita em deixá-la e segue seu rumo na estrada do autoconhecimento. Ele já em seguida se interessa por uma garota que sutilmente potencializa seus anseios – o que é simbolizado pela cena em que ela aceita o convite para caminhar na chuva.

É um filme que vale a pena assistir.

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Na natureza selvagem (Into the wild - 2007)


Quando se escreve uma biografia, é comum que se tome uma dessas duas direções: ou a apologista ou a crítica. Na apologista, cria-se um herói. Na crítica, desconstrói-se um ídolo ou expõe-se seus defeitos. Em Na natureza selvagem, o livro e o filme parecem ter tomado rumos distintos.

No filme, vemos uma obra claramente apologista. Christopher McCandless é um herói que, cansado das hipocrisias da sociedade, decide viver uma experiência solitária, criando para si mesmo um desafio de sobrevivência, que o aproximaria de sua real natureza. Tenho certeza de que os elogios recebidos pela película foram merecidos. Mas há que se ressaltar que ela apenas aborda um lado do protagonista e ignora muitas reflexões interessantes trazidas pelo livro.

 proposta da versão escrita parece ser diferente mesmo. Jon Krakauer não está preocupado em criar um herói, mas em dialogar com a história do rapaz que fez uma viagem sem volta ao Alasca. O Christopher McCandless que conhecemos tem muitas qualidades como algumas que vemos no filme. Todavia, também muitos defeitos, como um lado místico obscuro, uma certa arrogância, hábitos esquisitos, uma personalidade difícil, entre outros. O autor do livro compara a história de McCandeless com a de outros que fizeram coisas parecidas (sim, tentar passar algum tempo vivendo isolado no Alasca e não conseguir é praxe). O ponto crucial é, a meu ver, a comparação com a própria história – Krakauer fez algo semelhante e sobreviveu.

Apesar deste texto ser uma crítica ao filme, vou destacar um tema que foi negligenciado no cinema: a tentativa de compreensão das razões de McCandless. O que levou o garoto a tal ousadia?  Krakauer, como já mencionei, teve seu momento McCandless, mas com a sorte de sobreviver. Ele escalou sozinho certa montanha e fazendo isso quase morreu. Após retornar, foi a um bar numa cidade próxima e contou sua façanha. A reação foi surpreendente: as pessoas não duvidaram dele, mas simplesmente não deram importância. Ele frustrou-se, confessa, pois esperava, inconscientemente, ser considerado especial, importante, pela proeza. Mas o que era importante para ele, o que era uma prova para ele, não era para os outros. Kraukauer se pergunta: terá tido McCandless motivação semelhante? O autor do livro quer refutar a ideia de que o jovem aventureiro era um suicida, como pensavam muitos no Alasca (“mais um idiota que veio morrer aqui”).

Compreender aos outros é uma tarefa muito difícil. Mal compreendemos a nós mesmos. Mas o diálogo é possível. Sabemos que, no fim das contas, McCandeless nunca deixou de pensar na sociedade da qual se isolou. Ele escreveu seu bordão famoso “a verdadeira felicidade é a compartilhada” talvez se surpreendendo com sua solidão, e antes de morrer tentou nos convencer de que foi uma pessoa feliz. Ele poderia ter sobrevivido se tivesse levado um mapa do local, mas preferiu desenhar um próprio – erro que o levou a pensar que estava preso, quando na verdade havia uma saída fácil. Se tivesse sobrevivido, McCandless seria hoje Kraukauer?

Vale a pena ver o filme. Contudo, para uma visão mais ponderada, o livro deve ser lido também.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

500 dias com ela (500 days of Summer - 2009)


A história de uma desilusão amorosa


(Esta crítica contém revelações sobre o enredo do filme)

Talvez seja correto dizer que Hollywood contribuiu substancialmente para a consolidação da noção de amor romântico que figurou no imaginário popular durante grande parte do século passado. Foram várias as gerações que cresceram acreditando que o destino lhes guardaria uma alma gêmea, com quem viveriam felizes para sempre. Mas as relações sociais se modificaram e o amor romântico, nos moldes do início do Século XX, entrou em crise. Se isso é verdade, então talvez possamos dizer que 500 dias com ela é um antídoto que Hollywood produz contra seus próprios velhos filmes românticos.

O filme, que ora é classificado erroneamente como comédia romântica, pode pegar de surpresa os casais que o locarem esperando serem enganados (me engana que eu gosto) com a ideia de que o amor, quando verdadeiro, supera todos os obstáculos. 500 dias com ela, como o próprio filme adverte, não é uma história de amor, mas uma história sobre o amor. Especificamente, uma história de uma desilusão amorosa.

Trata-se da história de Tom Hansem, um ingênuo funcionário de uma empresa de fabricação de cartões com mensagens afetivas, que se apaixona perdidamente por Summer Finn, uma colega de trabalho. O filme, sem seguir uma cronologia linear, conta os 500 dias desde quando Tom vê Summer pela primeira vez. Na primeira parte, somos levados a acreditar que se trata de uma história de amor clichê. Ficamos sabendo como Tom se aproxima de sua amada, que os dias com ela foram felizes e que em determinado momento ela termina a relação de forma súbita, abalando profundamente o rapaz. Há um futuro reencontro inesperado entre os dois, e temos indícios para acreditar que sua relação continuará. Da segunda metade em diante, o filme se revela trágico e angustiante. Descobrimos que o amor dos dois não terá sequência e o que se segue é o processo de amadurecimento de Tom, agora obrigado a lidar com uma situação de amor perdido. O dia de número 500 é aquele em que Tom “esquece” definitivamente Summer.

A história é narrada com a perspectiva de Tom. Este se apresenta como um homem que acredita na infalibilidade do amor. Ao conhecer Summer, Tom acredita que ela é sua alma gêmea e a única pessoa capaz de lhe fazer feliz. Da garota, pouco ficamos sabendo, uma vez que só temos acesso a ela pela visão do protagonista. Podemos perceber que ela é uma moça que só procura relações casuais e que afirma não acreditar em grandes histórias de amor. Ela diz a Tom que gosta dele mas não quer nada sério e ele, temendo perdê-la, deixa-a conduzindo a relação. Num certo momento, a garota termina o relacionamento e a partir daí o rapaz fica paralisado. A dificuldade da superação faz com que ele tenha problemas no trabalho e não consiga iniciar novas relações com outras pessoas. Num momento futuro, o protagonista reencontra sua amada e vive com ela um novo dia agradável. Summer convida Tom para uma festa em sua casa. O rapaz vai com grandes expectativas, mas lá percebe que sua perda é definitiva: a garota está noiva de outro. Depois disso ele até tenta sair com outras pessoas, mas ainda está demasiado preso a seu amor não correspondido. Até que sua irmã [uma míuda (pirralha, para os brasileiros) de 12 ou 13 anos] lhe ajuda a perceber, finalmente, o quanto ele havia idealizado a garota. O restante do filme é o desenvolvimento do amadurecimento de Tom, que se reinventa definitivamente e dá novo rumo a sua vida.

A questão central do filme, a meu ver, é o amadurecimento de Tom, que passa de uma noção muito fantasiosa de amor até que o encara por vez de forma realista. Percebemos que Tom esteve tão mergulhado no próprio narcisismo que só enxergava o que queria ver. Durante seu relacionamento com Summer, ele não estava de fato em sintonia com ela, não queria realmente saber dela. Tom queria enxergar em Summer a garota perfeita que ele idealizou, e mesmo depois do término da relação, suas lembranças eram sempre dos bons momentos – aqueles em que a Summer real parecia a Summer idealizada. No entanto, para a garota, o relacionamento dos dois não havia sido tão bom como para ele – ela não estava tão envolvida e incomodava-se com os conflitos, para ele pequenos.  Ainda, para o azar de Tom, Summer se mostrava um pouco insensível e talvez indiferente, dizendo a ele coisas que apaixonados não podem ouvir e por vezes fomentando uma paixão que ela sabia que não seria correspondida.

A ascensão de Tom ocorre quando ele percebe que, de tão vidrado que estava nesse ideal, não conseguia perceber bem o mundo a sua volta, seja pela dificuldade de compreensão dos conflitos de Summer durante o relacionamento, seja pela negação da ideia de que ele poderia amar e ser amado por outras pessoas. No final, ele se abre, enfim, para o mundo, e deixa para trás a Summer de seus sonhos.

O filme é, na minha opinião, excelente, uma vez que aborda com sinceridade o tema da desilusão amorosa.

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

A Última Tentação de Cristo (The Last Temptation Of Christ – 1988)



(Atenção: se você acredita ortodoxamente na versão religiosa da história de Jesus, não vai gostar desse filme e nem deste texto)

A Última tentação de Cristo, de Martin Scorsese, é um filme polêmico. Chegou a ser censurado em alguns países e até hoje não é fácil de ser encontrado nas locadoras. Tudo isso porque faz uma narração da história de Jesus que é distante daquela baseada na Bíblia. A película, todavia, é um belo exemplo de como a sétima arte pode ser fantástica.

Polêmicas e censuras a parte, trata-se da adaptação de um livro homônimo, que pretendeu fazer um retrato não divino de Jesus. Este, que é interpretado de uma forma bastante expressiva por Willen Dafoe, não é aquela figura idealizada cujas palavras, todas meticulosamente escolhidas, transbordam sabedoria e despertam amor, amizade e solidariedade por onde são pronunciadas. Jesus, neste filme, é humano. Ele oscila entre insegurança e certeza, entre covardia e valentia, entre humildade e vaidade, e apresenta um discurso que se modifica com o tempo, e por vezes é incoerente. A ideia central do filme é mostrar um Jesus que de fato sente as angústias e as tentações de um homem comum. A última e a maior tentação de Cristo é a de viver uma vida vulgar, amando uma mulher (Maria Madalena, quem mais?) e tendo filhos. Com isso, já dá para entender porque desagradou tanto os religiosos ortodoxos…

Há vários diálogos muito marcantes no filme, como o de Jesus com Pilatos. Este não procura salvar Cristo e nem dá a clássica lavadinha de mãos. Ele vê a questão com os olhos de Roma e diz: “não importa se é com amor ou com morte, você quer mudar a maneira como as pessoas pensam e nós não queremos mudanças por aqui”. Mas o ápice é, a meu ver, o diálogo com Paulo. Jesus, que não morreu na Cruz e seguiu uma vida anônima, encontra-o pregando sobre um Cristo que nunca existiu, e o contesta. Paulo diz a ele: “Não é de você que estou falando, é do Jesus que as pessoas precisam ouvir, que, embora irreal, é muito mais poderoso que você.” São, portanto, reconstruções de algumas cenas bíblicas e acréscimo de outras, de forma que se reconta a história famosa com elementos bastante realísticos.

Vale ressaltar que o filme não se pretende verdadeiro. O que ele traz é uma metáfora sobre qual seria o curso pelo qual uma divindade teria que passar para compreender mais profundamente do que são feitas as angústias humanas. Há nisso um rico conteúdo artístico. É um dos meus filmes favoritos.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Intruders (1992)


Tirem as crianças da sala

O gênero de ficção científica que trata de relações com extraterrestres está um pouco desgastado. Bem a grosso modo, eu diria que geralmente nesses filmes os et’s ocupam apenas duas posições: ou vilões ou "mocinhos". Quando vilões, o que é mais frequente, pretendem invadir a Terra e exterminar ou escravizar os seres humanos (ex: Guerra dos Mundos, Independence Day, Alien, Predador, etc.) e quando mocinhos, trazem algum conhecimento científico ou espiritual que permite o progresso da humanidade (K-Pax, Contato, Contatos imediatos de terceiro grau, Alien Visitor, etc). Há muitas exceções, é claro, mas em regra eles ocupam essas posições morais enfadonhas.

Intruders é um pouco diferente. Trata-se de uma reconstituição de algumas histórias de abduções alienígenas na visão de pessoas que juram de pés juntos que foram abduzidas. No filme, duas mulheres vivem suas vidas comuns até que são atormentadas por algumas lembranças estranhas, que vão aparecendo de forma fragmentada. Elas se submetem a uma regressão, feita por um psicólogo, e nessa altura as lembranças vão aparecendo de forma clara. Acreditar nos relatos vai da boa vontade do expectador. Vamos observar alguns pontos interessantes do filme.

Em primeiro lugar, como eu já disse, trata-se de um ponto de vista das “vítimas” (ou das que se acreditam vítimas). A história aborda problemas específicos como o “preconceito” que elas sofrem, primeiro acreditando-se loucas e depois com medo de serem ridicularizadas por outras pessoas, e também a vulnerabilidade sentida, bem como a incompreensão das próprias modificações do corpo, que resultam da intervenção dos “intrusos”.

Em segundo lugar, e o ponto que acho mais interessante no filme: os extraterrestres não são pintados como figuras morais, mas como um ponto de desconhecimento, de incompreensão. Eles não são exatamente gentis nem exatamente agressivos. São colocados nestas posições, entretanto, pelas variadas vítimas, que os interpretam pelo próprio ponto de vista. Nesse aspecto há um esboço de uma tentativa de diálogo - não correspondida - acerca do que é o “ser humano”. Os humanos perguntam “o que são vocês?”, mas a pergunta soa como “o que somos nós?”.  A reposta que o filme dá parte dos próprios perguntadores: os alienígenas estranham os afetos e as emoções humanas. Tudo isso é muito sútil, não está explícito no filme.

Acredito que o ponto mais frutífero nas histórias de contatos com outros mundos é o diálogo que permite nosso  autoconhecimento. Todavia, é bom ressaltar que isso nunca aconteceu na vida real e, por consequência, todas as representações de alienígenas feitas no cinema e na literatura são humanas, demasiado humanas (vilões ou mocinhos, a moral é sempre a nossa). Por essa razão, penso que Intruders faz muito bem em retratá-los como um desconhecido. 

Por outro lado, é possível também se fazer uma analogia com a história humana, já que o “descobrimento” (“encobrimento” diria Dussel) da América pelos europeus foi um momento em que dois universos culturais completamente distintos se encontraram. O que ocorreu não foi, ao que parece, exatamente um diálogo, pois uma das culturas (a dos ameríndios) foi subjugada e quase completamente destruída. Talvez essa história justifique  - alguém disse isso certa vez, não me recordo quem - o medo do contato com vida inteligente fora da Terra, pois para os ameríndios, o contato com os europeus foi um péssimo negócio.

Voltando ao filme: Intruders não deve ser visto por crianças, pois há algumas cenas que podem ser um pouco traumatizantes. Os pesadelos do monstro que invade o quarto durante a noite se realizam – (a criança grita e a mãe não pode fazer nada). 

Há também pontos negativos no filme. A história se desenrola de forma um pouco demorada e os efeitos especiais não são dos melhores, embora sejam satisfatórios. E adivinhe qual é a língua falada pelos alienígenas?

Apesar desses pequenos detalhes, o filme é muito bom. Recomendo.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Senna (Ayrton Senna – Beyond the speed of sound – 2010)



Este não é o primeiro documentário sobre Senna desde sua morte, mas parece ser a maior produção. Como toda biografia, o filme pinta determinada imagem de Ayrton, com muito da visão do próprio diretor, e privilegia só alguns aspectos da vida do piloto. Considerando essas limitações - que são típicas desse gênero de filmes - o trabalho, a meu ver, está muito bem feito. Recomendo.

Trata-se de uma narração da carreira de Senna desde um pouco antes de sua entrada na Fórmula 1. O foco principal é sua rivalidade com Prost e seu papel de ídolo para o povo Brasileiro, que naquela época estava passando por uma situação de instabilidade econômica e política (vale lembrar que 85 foi o ano da eleição e morte de Tancredo Neves e 94 foi o ano da implementação do Plano Real). Aparecem alguns aspectos bem conhecidos da personalidade de Senna, como a sua incomum determinação pela vitória e sua ousadia passional dentro da pista, e outros não tão conhecidos, como seu misticismo “exagerado” (que chegava a incomodar os colegas, como se percebe do que relata Prost).

A envergadura deste documentário e talvez o fato de ter sido realizado por estrangeiros (o que o torna menos parcial se tratando de um ídolo brasileiro) vêm a contribuir para consolidar a memória de Ayrton como um mito do esporte nacional e mundial. Isso, além de muito merecido, é muito positivo pois Senna é uma figura que serve de inspiração para aqueles que têm a determinação de vencer competições, esportivas ou profissionais, e é, na minha opinião, o maior esportista brasileiro. 

Sobre isso, faço algumas ponderações.

Creio ser muito equivocado atribuir o sucesso de Senna apenas ao seu talento. Aliás, eu não sei até que ponto se pode falar em talento, pois a meu ver há aí (não só no caso dele) uma grande combinação entre oportunidade e muito esforço. Explico: Para ser um piloto de Fórmula 1, para se conseguir uma vaga na Fórmula 1, é preciso ser um piloto muito bom. Para ser um piloto muito bom, é preciso ter muita experiência. Para se ter muita experiência, é preciso ter bons equipamentos, com os quais se pode praticar. E para se ter esses equipamentos, é preciso que alguém lhe financie. É um círculo vicioso: para se obter equipamentos é preciso ser bom, mas para ser bom é preciso ter bons equipamentos (é o que o próprio Senna diz numa entrevista no programa Roda-Viva em 1984). Logo, no fim das contas, é sempre a família que financia o início da carreira dos pilotos. Todavia, são muito raros os que têm uma família com condições de dar esse financiamento (lembro que a população brasileira é, em sua maioria, pobre). Ainda, das famílias ricas, são poucas as que aceitam investir numa carreira exótica para o filho, como a de piloto. Portanto, em primeiro lugar Senna teve uma oportunidade que poucos tem.

Tendo a oportunidade, é necessário esforço. Todos os pilotos de fórmula 1 começaram suas carreiras desde muito cedo. Quando entraram nesse campeonato mundial, já tinham muitos anos de prática. E aí vale ressaltar as qualidades de Senna, que como mostram suas biografias, tinha uma dedicação muito extraordinária. Ele era obcecado pelo trabalho e, ao contrário de muitos pilotos, buscava o conhecimento de toda a mecânica do carro, ficava na pista com os engenheiros até tarde (isso é dito no documentário) e, enfim, se esforçava muito para melhorar sua maneira de pilotar e aprender com seus próprios erros. Portanto, em segundo lugar, Senna dedicava um esforço incomum ao trabalho.

Some-se isso ao talento e então terá a genialidade que lhe é atribuída. Em conclusão, o que eu queria dizer é que o sucesso dele (e de muitos outros) não é simplesmente algo que se deve ao talento (inato), mas que dependeu de oportunidade (sorte) e de muito trabalho (dedicação). Principalmente nesse segundo aspecto, acredito que Senna é um exemplo para nós.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Clã das Adagas Voadoras (Shi Mian Mai Fu – 2004)


Morrendo por amor

(Esta crítica contém revelações sobre o enredo do filme)

O Clã das Adagas Voadoras é, a meu ver, excepcional. Uma fotografia incrível, uma história envolvente, atuações muito boas e… enfim, chega de elogios! Recomento muito esse filme.

A história se passa na China do século IX e tem como pano de fundo conflitos entre um governo que busca legitimidade e alguns grupos que resistem a esse poder instituído. A personagem Mei, assim como costumam ser os heróis chineses, é impecável em artes marciais e na dança. Ela faz coisas impossíveis como voar e atirar adagas teleguiadas. Mas isso tudo faz parte da estética desse gênero de filmes chineses, e não soa como as “frias” das películas de ação de Hollywood.

Mei é integrante de um Clã dissidente político e é capturada pela guarda oficial. Esta, querendo obter informações sobre esse Clã, falseia um resgate de Mei pelo Capitão Jin que, então simulando estar ajudando a protagonista, inicia uma jornada com ela em direção à sede do Clã. É nesse caminho que Mei e Jin se apaixonam. Isso acontece de uma forma bastante poética, mas vou deixar de lado para tratar apenas de um ponto que julgo bastante interessante.

Mei participa de um triângulo amoroso que é constituído no decorrer da história e que só fica claramente revelado no final. A cena final vale muitos comentários e, portanto, vou descrevê-la sucintamente (se você não viu o filme, é melhor não ler): Mei e Jin estão apaixonados. Ambos revelam-se fadigados com a luta política na qual se encontram (de lados opostos, inclusive) e Jin convence Mei a literalmente fugir e com ele viver. Há aí algo como uma substituição de um sentido político da vida por um sentido que se realizaria no amor. Isso acontece menos da parte de Jin do que na de Mei, já que esta se mostra mais presa ao grupo do qual pertence (o Clã das adagas teleguiadas, digo, voadoras). Uma vez realizada a escolha pelo amor, aparece um obstáculo: Leo, que é um antigo amante de Mei e que estava há alguns anos aguardando para reencontrar a amada. Leo não aceita o fato dela estar apaixonada por Jin –  deixou ela sozinha por três anos e queria o que? – e fica bastante ressentido. Ele fere Mei, para impedir que ela encontre Jin. Aí se delineia a seguinte situação:  Mei está ferida e entre ela e Jin está Leo. Este ameaça matar Jin (com uma adaga), mas Mei contra-ameaça anular o ataque de Leo, o que causaria sua própria morte, pois ela, para tanto, retiraria e usaria a adaga fincada em seu corpo e isso causaria uma hemorragia. Jin se desarma e pede que Mei não faça nada.

Eis, portanto, o que se estabelece: Mei se dispõe a morrer para salvar Jin. Este faz o mesmo. Leo, conformado que não terá sua amada, pretende impedir que ela ame outro e seja feliz sem ele. Chegamos ao ponto que eu pretendia comentar: morrer por amor. Numa primeira vista, isso parece algo altruístico, que seria como um presente à pessoa amada: dá-se a própria vida para que o outro viva. Todavia, penso que talvez não seja bem assim. Como descrevi, ambos os amantes preferem morrer pelo outro. Isso significa que ambos preferem uma morte com um significado do que uma vida amarga. Alguém poderia objetar que a amargura seria temporária e que o sobrevivente poderia voltar a amar. Mas se se considerar o contexto e a intensidade emotiva daquele momento, na minha visão o que se estabelece é a dualidade estática "morte com significado/ vida com significado roubado". A situação fica ainda agravada com o fato de que o sobrevivente permaneceria com a indelével memória de que o amante morreu por si, o que potencializaria o desejo agora impossível. Assim sendo, os amantes querem para si a morte simbólica e querem dar ao outro o que o outro não quer receber – a vida amarga.

O que acontece? Leo simula o ataque, o que faz com que Mei se suicide em vão. Ou seja, Leo mata Mei e, ao invés de matar Jin, prefere deixar a ele a amargura da perda do amor.

Trágico, não?

Qual é a sua opinião?

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Cisne Negro (Black Swan)



Antes de começar a escrever esta crítica dei uma olhada rápida para ver o que se fala desse filme nos sites de cinema. Fiquei surpreso em ver o quanto ele é aclamado. Não merecia tanto, na minha opinião.

Cisne Negro tem muitos pontos positivos. Os destaques são para a narração, que consegue com sucesso criar um suspense com a mistura da realidade com as alucinações da protagonista, e para a atuação da Natalie Portman.

Todavia, a meu ver não há nada de sensacional na história.

Nina é apresentada como uma bailarina, obcecada pela perfeição, que tem alguma dificuldade em lidar com sua mãe controladora e que está submetida a uma difícil situação de concorrência entre as bailarinas da companhia. No decorrer da história, a personagem vai revelando traços que modificam a primeira impressão. Nina se mostra, no fim das contas, uma pessoa extremamente insegura, despreparada para lidar com a concorrência e ainda por cima com alguns problemas éticos. São essas as minhas conclusões e explico já partindo de todas as informações que são desveladas no final do filme.

A concorrência sofrida pela personagem é em sua maioria fruto de sua própria imaginação. Ela não tem concorrentes que apresentam um desempenho melhor que o seu e aparentemente está agradando o diretor do espectáculo (são publicados cartazes que indicam Nina como a bailarina principal, o que deveria lhe dar uma certa tranquilidade quanto à garantia de seu lugar). Entretanto, ela é dominada por uma insegurança, que resulta numa paranóica alucinação de que sua colega Lilly está disposta a trapaças para tomar seu lugar. Não fica claro se na realidade Lilly está de fato tentando ajudar Nina (e dar-lhe uns pegas), mas esta a vê como uma terrível adversária. Ao invés de intensificar os treinos e tentar realmente ficar impecável, Nina se perde em seu trabalho, apresentando algumas atitudes antiprofissionais (como “embriagar-se” numa véspera de ensaio). Ao receber a notícia de que Lilly seria sua suplente, Nina tenta jogá-la para escanteio, primeiro pedindo sua exclusão perante o diretor e depois efetivamente a matando (ou pela menos acreditando estar fazendo isto). Neste momento, fica claro que a preocupação de Nina é meramente narcísica. A protagonista não é, realmente, uma artista obcecada pela perfeição, mas uma garota um tanto infantil querendo a qualquer custo os holofotes, talvez para tentar provar alguma coisa à mãe.

No fim das contas, Nina não feriu à sua adversária, mas a si própria (e apesar do figurino branco, misteriosamente ninguém percebeu a mancha de sangue). Assim, terminou por dar a vaga à sua concorrente, que certamente estava melhor preparada para ocupá-la.

Acho curioso que alguns descreveram a história de Nina como a trajectória de um amadurecimento artístico, pois para mim tudo o que lhe faltou foi maturidade.

Acredito que, de certa forma, a protagonista se mostra uma antítese de uma figura muito comum no cinema que é a da pessoa batalhadora que se submete a situações muito difíceis e que termina por vencer. É o caso de Rocky Balboa, por exemplo. A personagem Nina seria mais interessante se, mesmo apesar de um fracasso, soubesse se levantar. Mas, Nina é a criança que não sabe perder.

Apesar de tudo isso, caro leitor, o filme tem seus méritos e vale a pena assisti-lo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Sobre este blog

A ideia deste blog que inicio hoje é apresentar algumas interpretações críticas de cinema, seguindo alguns princípios que listei abaixo:

1) O público a quem me dirijo são as pessoas que, assim como eu, gostam de debater as ideias que retiram dos filmes. Também, aquelas pessoas que procuram uma opinião sobre os títulos antes de irem à... locadora de DVDs.
2) O foco das críticas são as mensagens e os significados dos filmes, e não seus aspectos técnicos.
3) A liguagem que pretendo usar é simples e bem humorada. Nada de enigmas acadêmicos.
4) A seleção dos filmes será aleatória e arbitrária.
5) Não sou grande entendedor de cinema. O que escrever aqui são apenas as minhas impressões. Portanto, não me leve tão a sério.
6) Todas as críticas são bem vindas, desde que feitas com educação.

Espero que vocês gostem!